terça-feira, 18 de novembro de 2014

(Livros:) Inocência


Inocência - Visconde Tauany

Título Inocência - Coleção Clássicos Saraiva
ISBN: 9788502079410
Páginas: 197
Edição:1
Tipo de capa: Brochura
Editora: Saraiva
Ano: 2009
Assunto: Literatura Brasileira-Romances
Idioma: Português
Classificação: ★★★★

Estamos aqui com mais uma resenha... E desta vez, com um clássico nacional! Como estou estudando Literatura Brasileira, achei que deveria resenhá-lo... Ou seja, sai um pouco do ritmo dos desafios e li alguns livros que estão sendo mencionados durante o curso. E nada melhor que ter uma aula maravilhosa, que explica pontos que muitas vezes não paramos para pensar e/ou analisar o que de fato o autor quis passar. Até por conta do aspectos históricos e sociais da época, que são excensiais para a compreensão.
Ao ler este livro, nos deparamos com a riqueza do Brasil em torno dos anos de 1872, Tauany, embora para alguns possuem pouco conhecimento, foi um dos autores romancistas importantes de sua época. Normalmente, Tauany é mencionado em lista de livros que serão para estudos de vestibulares. 

Vamos conhecer este livro clássico?!
Ao iniciar o texto, percebemos que o capítulo 1, o autor esclarece ao leitor como é o cenário em detalhes importantíssimos como: o clima, a vegetação e outros aspectos. Já o segundo capítulo o autor se preocupa em mostrar os costumes daquela época e como era os habitantes desta terra. É importante ressaltar que estes capítulos são importantíssimos para que o leitor possa entender o drama que se desenvolverá neste ambiente. Lembrando que essa história foi escrita no ano de 1872, e mesmo assim, acabamos entendendo perfeitamente que os costumes daquela época são totalmente diferentes e distantes dos costumes atuais. Isso faz com que o leitor possa entrar no romance e não estranhar tanto. A história se passa no território brasileiro, principalmente nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais. 

Naquela época, as meninas não saiam de casa, e só poderiam conhecer aquele que seria o seu esposo. Este ponto é bem esclarecido nos primeiros capítulos. Como a família tinha muito medo de casarem suas filhas com homens que poderiam não trazer alimento para casa e de cuidá-las, as famílias escolhiam os pretendentes e, principalmente, aqueles que não "levantariam a mão" contra sua filha.

Conhecemos Pereira, um homem muito simples e que possui uma filha chamada Inocência. Esta jovem, que leva o nome do livro, está muito doente, e seu pai se preocupa em ir atrás de alguns medicamentos em outra cidade. Durante esta viagem Pereira a vista Cirino.

Cirino é um médico que, digamos para os dias de hoje, estava sendo residente, pois era formado mais ainda não tinha a credencial de um médico. Ao conversar com Pereira e ficar sabendo que sua filha estava acamada, Cirino prontamente se oferece em ajudá-lo.

Ao chegar na residência de Seu Pereira, Cirino vê que Inocência está pálida e com uma febre muito alta, mas ao mesmo tempo, fica encantado com a beleza daquela simples jovem. Ele, até então, não tinha contemplado tamanha beleza que o deixava totalmente sem palavras. Procurando medicá-la e disfarçando tamanho encantamento, Cirino dá a receita e diz que em breve voltará para saber de sua saúde.

Nesse meio tempo, aparece um viajante, que no caso é o alemão Meyer. Este estrangeiro, nada mais é que, um pesquisador de borboletas e estava de passagem por aquelas redondezas. Estando sedento, para na casa de seu Pereira e pede água. Conversa vai e conversa vem e Meyer percebe que chegara na casa de Pereira, o homem pelo qual deveria entregar uma correspondência.  Quem é o remente desta carta?! O irmão de Pereira. Como Pereira não era alfabetizado (não sabia ler e muito menos escrever), pediu para Cirino ler a correspondência. Essa carta, nada mais é, uma carta de recomendação para Pereira aceitar Meyer como hospede e ajudá-lo em tudo que precisar.

Naquela época, quando alguém da família dava alguma recomendação, aquele que recebia dava a sua palavra em cumprir, principalmente se era da família. Pereira, ficou encantado em saber que seu irmão conhecia aquele estrangeiro.E logo o convidou para cear juntamente com a sua família. Outra coisa importante... Naquela época, quando ia homens na casa de um vagueiro, a filha solteira não se sentava junto. Mas, Pereira pede para a filha se juntar na mesma mesa que estavam.

Meyer, ficou extremamente encantado com a beleza daquela jovem. Inocência, já havia melhorado, por isso estava junto com eles. E Meyer começa a querer saber muito de Inocência, se é casada, e com quem irá se casar. Como ele não tinha conhecimento dos valores daquele lugar, acabava dizendo o que senti ao ver aquela bela jovem.

Pereira começa a se irritar com postura de Meyer, e se não fosse pela carta de recomendação a qual o seu irmão lhe enviará, já tinha mandado-o embora daquele lugar. Mas tinha que cumprir com sua palavra.

Inocência é uma mulher bela, que encanta qualquer homem que a vê, percebemos, porém estava noiva de um homem chamado Manecão. Era um conhecido da família, nem a própria jovem o conhecia. Vimos que durante o livro este personagem só aparecerá no fim. 

E aqui está um triângulo amoroso. instalado: Cirino X Meyer X Inocência.

Há uma figura de personagem na história que não possui diálogo, mas é extremamente observador e percebe que Cirino não está só ali para cuidar da saúde e ser amigo da família, há um interesse também. E quando menos se espera, ele aparece (medo).

Tauany nos traz uma narrativa objetiva e clara, ficando de fácil compreensão ao leitor, até palavras que, para o narrador, não faz parte do vocabulário de quem está lendo. Notamos que há explicações importantíssimas no rodapé, com significados de certas citações. Para época, isso era um absurdo, onde já se viu o narrador esclarecer elementos narrados no rodapé?

Por mais que seja um livro clássico, o texto não é tão complexo como a escrita de José de Alencar, que é contemporâneo de Tauany. Mas, agora entendi o porquê que ele escrevia daquela forma. 

Uma coisa que comentei ao meu professor de literatura e quero compartilhar aqui. Creio que muitos dos autores clássicos nacionais não são tão bem entendidos e sua escrita também, porque não temos aulas tão esclarecedoras e que nos façam ser estimulados a ler. Claro, que não estou falando que todos os professores de literatura são os culpados, mas damos pouco valor as riquezas de nossa terra. Isto, no âmbito geral.


"Pois meu rico senhor, prosseguiu Pereira, sirva-lhe esta de lição e tome tento com a gente do sertão,não com esses que moram nas suas casas, sossegados e amigos de servir, mas com viajantes, homens de tropas e carreiros". 
Sinopse
O romance é ambientado na confluência dos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Órfã de mãe desde o nascimento, Inocência é criada pelo pai, Pereira, um mineiro afetuoso, um sujeito conservador, durão, para quem os valores da palavra, da honra estão acima de tudo, até da felicidade da filha que ele ama.Pereira decide casar Inocência com Manecão Doca, homem honrado, trabalha-dor, rude e que acumulou fortuna.A história conta sobre Cirino, um prático de enfermagem que se apresentava como médico (curandeiro) que errava pelo sertão e acaba na casa de Pereira. Ele cura Inocência, filha deste, de malária e apaixona-se. Cirino foi o primeiro homem a despertar realmente as emoções do amor, criando nela uma grande perturbação íntima, pois estava prometida a Manecão. Aparece depois Meyer, um naturalista alemão, que viajava em busca de insetos, que após inocentemente elogiar a beleza de Inocência, passa a ser vigiado incessantemente por Pereira, dando oportunidade a Cirino de comunicar-se mais facilmente com a moça.Meyer fica por lá por que trazia uma carta de recomendação de Francisco (Chico) irmão de Pereira e sai mais tarde de volta a Saxônia para apresentar uma nova espécie de rara beleza que encontrou, à qual dá o nome de Papilio lnnocentia (uma borboleta). Tinha também o anão Tico, espécie de cão de guarda de Inocência.Com a partida de Meyer, as coisas se complicam, aumentando o medo de Inocência, que teme uma reação violenta do pai caso venha a saber do romance. A jovem instrui Cirino a procurar seu padrinho para que ele convença Pereira a concordar com o rompimento do compromisso com Manecão.Inocência herdeira da teimosia do pai, não abre mão de seu amor, então comunica ao pai a intenção de não se casar, inventa que sonhou com a mãe e esta lhe disse que o casamento não deveria se realizar. A jovem quase consegue atingir seus objetivos, quando derruba sua história. Ela, não conheceu a mãe, portanto não sabia que ela tinha um sinal no rosto, então ela pede desculpas ao pai, que declara que prefere vê-la morta a vê-la desonrada.Na ausência de Cirino, porém, o romance é descoberto através de Tico.Enquanto Cirino está fora Inocência e Manecão, se encontram e ela se recusa a viver com ele. A suposta desonra leva Manecão a perseguir e matar Cirino, que morrendo encontra o padrinho de Inocência que vinha lhe ajudar. Inocência também morre, só que de tristeza em face da ausência definitiva do amado.


Leia:

Sobre o autor: Visconde de Tauany

Te espero em breve!



Beijos 


Ariana Silva

 

10 comentários:

  1. Oi Ari! <3
    Adorei a resenha!
    Faz tempo que não leio nenhum clássico brasileiro, esse mesmo, nunca li. Até me despertou vontade de procurar algum para ler. A maioria dos que eu li foram na época da escola (faz tempoooo kkkkk) e tudo que fazemos por "obrigação" nem sempre é visto com bons olhos né? Pretendo reler alguns, agora com a mente aberta e sem aquele sentimento de obrigação. Os nossos clássicos tem excelentes obras prontas para serem descobertas ou redescobertas. :)
    Beijos

    Li
    literalizandosonhos.blogspot.com.br

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  2. A maioria dos leitores brasileiros tem um certo preconceito com os livros nacionais, já eu não me importo muito com isso, contando que o livro seja bom!
    Adorei a história desse livro, principalmente por que envolve um triângulo amoroso (amooo)!

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  3. Oi, Ari.

    Não tenho costume de ler clássicos, mas sua resenha me deixou com um pouco de vontade

    Beijos
    www.amorliterario.com

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  4. Oi linda tudo bom?
    achei incrivel o livro...
    serio amo historias assim,acho que deviam virar séries na TV,,adoro uma literatura nacional.legal vcs que valorizam e traz para gente..ameiii
    bjssss
    www.zilandramakes.com.br

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  5. Não conhecia esse livro, e olha que sou super fã de clássicos. Depois da sua resenha, já está na minha lista de leitura.

    Beijos,
    Juan Silva - http://asasliterarias.com/

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  6. Resenha muito bem escrita, da vontade de ler o livro.O bacana é o incentivo a leitura de obras nacionais.Parabéns!!!

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  7. Oi Ari,

    amei a resenha, embora ela seja um pouco longa haha!
    Devemos ler mais clássicos e acho legal a sua inciativa em indicar livros nacionais, ou seja, nossos clássicos para fugirmos um pouco da rotina e ler também livros que possui uma riqueza histórica e que representa nosso país anos atrás. Como tenho procurado ler mais clássicos esses desse autor já entrou na minha lista para quando mais tarde tiver algo sobre ele na escola eu já li e sei o que responder.

    Beijos

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  8. Normalmente não me interesso por livros clássicos, mas fiquei curiosa com esse triângulo amoroso graças a sua resenha Ari!

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  9. Li este livro quando estava na escola e não me interessei. Porém ao ler a resenha senti vontade de relê-lo, afinal, dificilmente a gente gosta de clássicos aos 16 anos!! rsrsrsrs

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  10. Ariana!
    Na verdade conheço vários clássicos nacionais, mas infelizmente não conhecia Visconde de Tauany e o livro Inocência tão bem resenhado por você.
    Gostei da análise detalhada e em saber que o livro retrata a realidade brasileira daquela época com suas diversidades da atualidade.
    Desejo um final de semana de muita alegria!
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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